O que sai na mídia sobre aprendizado digital

sábado, 22 de dezembro de 2007

Duas esperanças

---------- Forwarded message ----------
From: Paulo Drummond <ptdrumm@terra.com.br>
Date: Dec 22, 2007 3:03 PM
Subject: [OLPC Brasil] duas esperanças
To: OLPC Brasil <Brasil@laptop.org>


Caros colegas de lista,

Tal como quase todos aqui, torço pelo XO. Acompanho a saga desde fevereiro de 2005, e admiro muito a forma como foi e está sendo conduzido todo o projeto (entretanto, estou convencido que, no caso de Pindorama, faltou muito jogo-de-cintura). Posso dizer que, a partir do que sei, presenciei e participei do projeto, ele merecia ter vencido. Não creio que caiba mais discutir a modalidade e o processo da escolha.

Respeito a empresa Positivo Informática. Considero-a uma empresa exemplar. Em poucas décadas, passa do nada a um dos primeiros lugares no fornecimento de computadores para os brasileiros — pessoas, escolas, empresas e governo. Respeito seu esforço industrial e comercial, sua participação no cenário de TI, sua aliança com gigantes para alavancar mais ainda essa participação e, consequentemente, seu crescimento econômico. Se a regra do pregão foi a do menor preço, ela fez muito bem o seu dever-de-casa.

Quero crer que a metodologia do braço educacional do grupo não está em discussão, como alguns expressaram em seus respectivos temores nesta lista. O edital para concorrer à venda desses aparelhos, mostra claramente que o objeto da licitação foi tão somente o fornecimento dos ditos aparelhos, com entrega nas escolas designadas, das cidades indicadas.

Agora, fazer com que 150 mil computadores nas mãos das crianças e professores sejam muito mais que meros cadernos eletrônicos, será uma tarefa pantagruélica e demandará uma revisão de cabeças de semelhante calibre. Espero que aqui não ocorra como na Nigéria, que decidiu não só pelo Classmate, como também colocou um conhecido software de produtividade como ferramenta educacional para crianças. Não conheço os problemas da Nigéria; eles devem ter lá suas razões para tê-lo feito, da forma que fizeram. Aqui, seria a mais cruel, estúpida e catastrófica maldade.

Como continuo torcendo pelo XO, quero expressar duas esperanças:
  1. que, num dos testes de verificação de aderência (o teste Syco-Lar® que publiquei de forma bem-humorada em mensagem anterior) — o Teste de Resistência a Impactos Dinâmicos — o Classmate rache irremediavelmente na diagonal e/ou se espatife em cacos. Se o segundo colocado também for Classmate, que tenha a mesma sorte. ( nothing personal, guys, it's just business...)
  2. que, independentemente da concretização da primeira esperança, a coordenação do projeto UCA force, de alguma forma plausível e aceitável, a implantação da metetodologia 1:1 construtivista nas escolas deste pilotão. O exemplo a mirar é o trabalho que está sendo desenvolvido na Escola Luciana de Abreu (Porto Alegre) por uma equipe fantástica, liderada pela profª Léa Fagundes.
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OLPC XO tem menor Custo Total que Classmate

Quando se compra um bem, seu custo deve ser estimado por todos os gastos que se tiver com ele. Além do custo de compra do bem, temos que somar o preço total de suprimentos, manutenção, seguro etc.

No pregão do laptop UCA, assistência técnica, frete e instalação já estão incluídas no preço do aparelho. Mas um dado que precisa ser calculado, e que é intrínseco a cada aparelho: o gasto de energia.

Pelas características das placas móveis da Intel e das baterias do Classmate, além do tipo de tela usada, eu já calculei -- sem muita resolução -- que ela teria um gasto de energia de 8 a 10 watts por hora. Aliás, essa é uma informação escondida. Levei muito tempo pesquisando e não encontrei o gasto deste tipo de placa Intel.

Pelas características do OLPX XO, ele gasta uma média de 4 watts por hora.

As escolas têm 800 horas de aula. Durante cinco anos, isso resulta em 4 mil horas de energia elétrica.

O quilowatt-hora custa cerca de 50 centavos de real, no Brasil de 2007. Essas 4 mil horas custariam 160 reais no Classmate, e 80 reais no XO. Somados aos R$ 655 oferecidos pela Positivo, o Classmate resulta num Custo Total de Propriedade de R$ 814. Os R$ 697 oferecidos pelo OLPC XO ficariam em R$ 777. O XO é mais barato que laptops da classe "Classmate" (da Positivo ou CCE).



Confira os dados nesta googlenilha:
TCO dos laptops UCA

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Wanabe de Paulo Francis das TIC ataca de novo...

As gurias da Convergência Digital são legais, mas esse Luiz Queiroz...

Discurso e prática

Os que fizeram a apologia do "XO", sempre me trataram como um idiota,

Por que será? 

que não entende nada de computadores, que seria o "representante da indústria capitalista", que só visa o lucro e não está preocupado com a "educação dos alunos". Ou são ignorantes e militam na causa por pura paixão - e espero que seja apenas isso - ou são espertalhões que acham que podem enganar a todos com esse papo de que o equipamento da OLPC veio de uma organização "sem fins lucrativos".

Se fosse assim, não teriam apresentado um preço de R$ 104 milhões ao MEC. Por trás desse laptop, existem a AMD, a Quanta - de Taiwan - e um bando de tubarões da indústria norte-americana, que não fazem nada de graça. Bancaram essa organização até agora, porque esperavam que todos os governos de terceiro mundo comprassem milhões desses laptops, passando por cima de sua indústria local.

Aham! E por trás da Positivo existe a empresa humanitária Intel...

Quem está vencendo esse pregão - que agora o MEC deve estar tentando achar uma forma de "melar" - é uma empresa de capital nacional, que emprega brasileiros, paga impostos, investe em Pesquisa e Desenvolvimento no País. Na disputa apresentou o menor preço. E ainda assumiu o compromisso de cumprir todas as regras previstas em edital.

Se investir em tecnologia é comprar placas prontas da Intel, então você entende mesmo do mercado de TI, Queiroz...

Ajudinha 

Pelo "XO sem fins lucrativos", chegaram até a inventar uma esquisita isenção de Imposto de Importação - dentro de um convênio de ICMS - para dar uma chance aos laptops da Quanta/OLPC.  Mesmo assim, o seu representante no Brasil, que de integrador de computadores tenho cá as minhas dúvidas, não conseguiu baixar o valor. O que terá ocorrido? Taiwan não gostou de perder sua "margem de lucro"???

De onde a Positivo compra laptops pra montar aqui, Queiroz?

UCA

Senhores, sobre o projeto "Um Computador por Aluno - UCA" volto a dizer: SOU APOIADOR, desde que por trás do equipamento, também exista um grande programa pedagógico, educacional.

Se você fosse bem informado, Queiroz, já conheceria o LEC/ufrgs...

Há muito tempo que para mim essa sigla "UCA" significa: "Uma Confusão Anunciada", pois tinha certeza de que, na hora da compra dessas máquinas, a "Turma de Taiwan" não teria como competir com a indústria nacional. Nem mesmo no "tapetão", através de isenções esquisitas de Imposto de Importação, em Convênio de ICMS.

Como se a Positivo e todos os outros fabricantes não fossem se beneficiar de tudo isto...

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Não nos desesperemos

A vitória do Classmate na licitação do UCA, com baixas chances de reversão, foi um banho de água fria em toda a comunidade que advoga OLPC.

Mas a profª Léa Fagundes (LEC da Ufrgs ), que tem posições fortes no UCA, já disse em entrevista à Denise Vilardo e a mim que, qualquer que fosse o vencedor da licitação, o projeto educacional continuaria o mesmo. Ela reconhece que o trabalho com o XO OLPC seria melhor, mas sem ele, o UCA continuaria da mesma forma.

Resta saber se a falta de software de trabalho em grupo no Classmate não terá um impacto negativo no desenvolvimento da aprendizagem por projetos. E se o baixo alcance do WiFi normal do Classmate não vai matar o objetivo de inclusão digital das famílias dos alunos, um dos pontos principais do UCA.

UCA: inclusão digital pode estar ameaçada

Com a derrota da proposta OLPC XO na licitação do laptop para as crianças, a inclusão digital do projeto Um Laptop por Aluno (UCA) pode estar ameaçada. Isto pode acontecer porque o XO é o único equipamento, até agora, que pode fazer rede mesh a grandes distâncias e com os equipamentos "dormindo".
Sem essa características, as famílias dos escolares não terão acesso à rede da escolas. As placas WiFi comuns têm alcance de apenas poucos metros. Cerca de 40 metros, na prática. Um laptop conseguirá alcançar apenas o vizinho do lado, enquanto o XO pode ter o alcance de 500 metros.


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quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Grande empresas, grandes babadas

Jaime Balbino indica a história por trás do Asus Eee em português, tradução de matéria da Forbes.

Interessante as babadas: a AMD não quis ou não pode fornecer os processadores para o Eee porque já estaria comprometida com a OLPC. Desinteresse ou impossibilidade física, ela perdeu um grande mercado para a rival Intel, num momento em que pode perder também fatias dentro do OLPC.

Mas não está sozinha. Na história da microinformática, grandes empresas fizeram bobagens assim. Como a HP, nos anos 70, que não acreditou num funcionário seu chamado Steve Wozniak e deixou de lançar o Apple ][.

Ou como a própria Microsoft, agora: quis vender para a Asus o Windows (que custa praticamente nada, pois pode ser reproduzido infinitamente) por 40 dólares e perdeu para o Linux Xandros . O mercado saiu ganhando...

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Um computador por aluno: Intel Outside

O edital para o laptop educacional brasileiro exige rede mesh:

http://www.telesintese.ig.com.br/index.php?option=content&task=view&id=7791&Itemid=10

Só o XO da OLPC e o Mobilis da Encore têm rede mesh, até agora. Acho que o Classmate está fora...

A abertura das propostas para compra de 150 mil unidades acontece dia 18 de dezembro de 2007, às 14h30min.

Se a rede mesh funcionar bem fora das escolas, 150 mil unidades representarão mais umas 450 mil pessoas integradas à internet (os alunos e as famílias).

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Intel na OLPC: Enemy Inside

Por um lado, a monopolista Intel se associa a OLPC e começa a desenvolver um laptop XO Intel powered:

On Dec 4, 2007 7:42 PM, C. Scott Ananian <cscott@cscott.net > wrote:

On Dec 4, 2007 4:36 PM, Bert Freudenberg <bert@freudenbergs.de> wrote:
> What is the "Intel XO"?

It is a tentative version of the XO hardware using an Intel chipset.
Intel has engineers looking at this possibility; this was a result of
the OLPC/Intel agreement earlier this year.  Timeframes, actual
production, cost, etc are still in flux/unknown.  The trac bug is
there so that we remember, if we have the opportunity to tweak
hardware, to add the features that would make firmware upgrade safer.
 --scott
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Por outro lado, continua fazendo dumping com seu laptop Classmate  junto a possíveis interessados no projeto OLPC. Isto já levou a desistências no uso do XO (Líbia, Nigéria), diminuindo a escala de produção, dificultando a queda de preços e provocando atritos da OLPC com fornecedores.

Inimigo na trincheira. Não sei como a OLPC aceitou uma coisa dessas.

sábado, 1 de dezembro de 2007

A tabela inclinada do PISA

Ou como transformar um sucesso em eficiência escolar numa humilhante derrota.

Desde 2000, quando o Brasil entrou no programa internacional de avaliação de estudantes (PISA), a posição do Brasil está nos últimos lugares. Isso levou os envolvidos na educação brasileira a falar até em "tragédia da educação brasileira". Sempre que eu lia isso ficava muito desanimado, com vergonha.

Até que a ficha caiu: como comparar um desempenho de um país com PIB de 8 mil dólares com o desempenho de um país com PIB de 33 mil dólares?

A gente tem que relativizar todos estes números. Para isso, fiz uma googlenilha comparando não só os investimentos na educação, mas PIB per capita equalizado pelo poder de compra (PPP).

Para cada dólar investido pelo Brasil, o México precisa investir 1,8 dólares para obter o mesmo resultado. A Finlândia, primeira colocada no PISA 2006, precisa investir 5,37 dólares. Os EUA, os que mais investem, precisam colocar 7,66 dólares para obter o mesmo resultado que o Brasil. Os dados e a bibliografia que mostram isso estão na googlenilha Desempenho escolar e investimento em educação no Brasil.

Temos um quinto da riqueza dos EUA, um quarto da riqueza dos europeus, mas não temos uma situação quatro vezes pior que a deles, apenas dois terços da situação deles. Nossa educação é ruim, mas é muito melhor do que deveria ser pelo que a gente gasta.

Todos estes anos, os administradores de educação vêm tratando um fenômeno de eficiência educacional, uma vitória de um país pobre contra todas as adversidades , como uma derrota vergonhosa.

Então, divulguem isso para todos os colegas professores: o Brasil é um dos melhores do mundo em eficiência na Educação. Parabéns ao MEC, aos professores, aos estudantes (principalmente) e à sociedade brasileira. E vamos melhorar, porque há muito a fazer.

Sim, eu sei que a evasão escolar é enorme, a repetência é recorde, professores ganham pouco, bla bla bla. Mas com a auto-estima revigorada, vamos melhorar a Educação, que está ruim comparada com o que poderemos fazer colocando todas as escolas em rede, como prevêm os projetos UCA e Gesac.
Caveat: Não é exata uma correlação direta entre PIB e PISA porque as 108 questões do teste de 2006 vão ficando progressivamente mais difíceis. O Brasil poderia ter acertado questões mais fáceis (o que provavelmente aconteceu). Mesmo assim, como a nota máxima é 1000 (mil), ficamos apenas 11% atrás da média dos países da OCDE (390/1000 contra 500/1000). Veja também PISA 2000, que mostra a eficiência brasileira em educação básica.

domingo, 25 de novembro de 2007

Avante ao passado

O mundo dá muitas voltas e volta ao mesmo lugar. Os antigos Macintosh com PowerPC (como os Powerbook) tinham um recurso que remete aos primeiros tempos da microinformática: um interpretador embutido.

No boot, mantendo-se pressionadas as teclas CMD-ALT-O-F, entra-se no OpenFirmware, um interpretador de linguagem Forth. Detalhes em http://www.feedface.com/howto/forth.html. Não sei se os novos MacIntel fazem isto.

Forth é uma linguagem de alto nível, poderosíssima, ideal para hackers. Tipo o Basic de antigamente, só que muuuuitas vezes melhor. Trabalha com qualquer base numérica (de 2 a 72), tem matemática tipo HP-12C. Deu origem ao PostScript, por exemplo.

Agora, o mesmo esquema do Mac está sendo usado no laptop XO do projeto OLPC. Neste, o OpenFirmware substituiu o BIOS e o bootloader Linux. Interrompendo-se o boot, entra-se no interpreetador Forth e pode-se até mesmo desenhar pixels coloridos no frame-buffer da maquininha (memória de vídeo).

Com tempo, disposição e sem namorada, um guri pode fazer um sistema operacional gráfico a partir do nada.

(Mas tô delirando... Quando é que um guri vai poder fazer um sistema operacional from the grassroots ? :)

Wall ST. journal on the OLPC

O Wall Street journal tem matéria grande sobre OLPC num tom de "o projeto está falhando".

http://online.wsj.com/article/SB119586754115002717.html?mod=home_we_banner_left

A abordagem é a mesma que inunda a mídia: tratam o OLPC como se fosse uma marca de laptops, não um projeto educacional.

Além do que já se conhece (supostos "concorrentes" ao XO, como o Classmate, Eee), algumas informações novas como o stress entre a OLPC e os fornecedores. "Todos estão com pavio curto", teria dito Negroponte.

Não sei se foi delírio do OLPC, ou se a organização tem consciência disso. Mas eu nunca vi um projeto de TI respeitar cronograma. Atrasos num projeto tão grande assim, que nunca foi tentado antes, acho normal e esperado.

Primeiro, a concepção do sistema é muito complexa. Portanto, sujeita muitos bugs, como o maldito bug do dormir/acordar. A indústria nunca deu bola pra isso porque não interessava. O Windows, por exemplo, não consegue acordar de uma em cada 20 hibernadas. Freqüentemente dongles wi-fi não são reconhecidos quando o laptop acorda, obrigando a gente a tirar e inserir de novo o dispositivo sem fio. Já o XO precisa dormir e acordar um milhão de vezes sem defeitos. Isso não é coisa que se resolva de um dia para outro.

Depois, uma iniciativa desta envergadura  vai mexer com estruturas sedimentadas há anos, milhões de cabeças que precisam mudar sua visão tradicional de ver educação. Para isso, são necessários testes, vários pilotos, avaliações, etc. Exatamente como os governos argentino, uruguaio e brasileiro estão fazendo. Essas coisas demandam tempo.

Fora isso, a Intel continua tentando sabotar o projeto, agora dentro da trincheira. Sem projeto pedagógico consistente, sem possibilidades de inclusão familiar (por que não tem rede mesh como XO ou Mobilis), a Chuck Norris dos processadores continua vendendo laptops para educação como se educação precisasse só de laptops.

Mas a imprensa só olha o lado industrial do projeto, porque escolas e governos não são anunciantes e não têm ações na bolsa.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Projeto UCA em apresentaçao online


Projeto UCA - Um Computador por Aluno


From: marinhos, 7 months ago





Palestra proferida pelo Prof. Simão Pedro P. Marinho, do Programa de Pós-graduação em Educação da PUC Minas, para alunos do curso de Pedagogia, noite


SlideShare Link

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Encore Mobilis em ação

Em 25/10/07, Charles Pilger <charles.pilger@gmail.com> escreveu:
Oi pessoal

Encontrei o site da escola onde o Encore Mobilis está sendo testado. É interessante dar uma olhada em algumas fotos:

http://escolavilaplanalto.certi.org.br/Imagem/Imagem%20012.jpg
http://escolavilaplanalto.certi.org.br/Imagem/Imagem%20016.jpg
http://escolavilaplanalto.certi.org.br/Imagem/Imagem%20024.jpg
http://escolavilaplanalto.certi.org.br/Imagem/Imagem%20048.jpg
http://escolavilaplanalto.certi.org.br/Imagem/Imagem%20055.jpg
http://escolavilaplanalto.certi.org.br/Imagem/foto7.jpg
http://escolavilaplanalto.certi.org.br/Imagem/7%AA%20Aaa.JPG

--
[]'s
Charles Pilger
Msn: crpilger@hotmail.com
Site: http://www.charles.pilger.com.br
"Se você acha educação cara, tente a ignorância." - Derek Bok, ex-reitor de Harvard
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quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Alerta do Google - OLPC

Preço ainda está longe de US$ 100

Último Segundo - São Paulo,SP,Brazil
A representante oficial da OLPC no Brasil, a empresa Simm, de Campinas, ainda não sabe informar quanto o XO vai custar por aqui. "Ainda estamos vendo isso ...
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terça-feira, 16 de outubro de 2007

Alerta do Google - UCA

Laptops devem chegar a 300 escolas em 2008

O Estado de São Paulo - São Paulo,SP,Brazil
... o governo federal pretende fazer em novembro a licitação para a compra das primeiras 150 mil máquinas do projeto Um Computador por Aluno (UCA), ...
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Alerta do Google - OLPC

Intel terá processador para laptop

Abril - São Paulo,SP,Brazil
SÃO PAULO - A Intel vai desenvolver um chip de baixo consumo para oferecer à OLPC, que produz o laptop de US$ 100. Até o início deste ano, ...
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quinta-feira, 11 de outubro de 2007

O bom e velho jornalismo está morrendo

Um bom instantâneo do panorama atual do jornalismo.

http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?msg=ok&cod=441IMQ004&#c

Achei relevante este trecho:

É claro que ser capaz de produzir em várias mídias não quer dizer que o jornalista será obrigado a produzir em várias mídias. Américo Martins, editor-executivo para as Américas do serviço mundial da BBC, diz que houve um tempo, há alguns anos, em que se imaginava que isso seria comum, mas as redações descobriram que é impossível mandar um jornalista para o campo com uma "maleta multimídia" e esperar que ele mande textos em tempo real, grave uma áudio-reportagem e ainda apareça no noticiário da noite, na TV, com uma reportagem contextualizada.

Há uns dois anos um professor espanhol criticava a falta de recursos multimídia no jornalismo online. É uma crítica recorrente. Mas a realidade é que, por enquanto, ainda é muito caro e demorado usar os principais recursos. Ou se publica rapidamente um material meio bruto (vídeo e áudio sem muita edição, por exemplo), ou se faz um produto bem elaborado mas demorado.

Claro que isso pode mudar na medida em que surjam ferramentas que facilitem a edição e publicação. Pequenas mudanças já aparecem, como o quick upload ou envio por celular, no You Tube.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Clipping UCA

Brasil tenta acelerar em outubro projeto de inclusão digital com ...
O Globo Online - Rio de Janeiro,RJ,Brazil
RIO - O Brasil pode voltar a acelerar o processo de implementação de computadores portáteis em escolas públicas do país pelo chamado Projeto UCA (Um ...
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Laptop diminui faltas de alunos e motiva professores
estadão.com.br - São Paulo,SP,Brazil
Iniciado há cinco meses, o Programa Um Computador por Aluno (UCA) conseguiu aumentar a freqüência dos estudantes às aulas e animar os educadores da Escola ...
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Norte-americanos poderão comprar um notebook por US$ 200 se doarem ...
Último Segundo - São Paulo,SP,Brazil
A ONG "Um Computador por Criança" (UCA), criadora do computador, anunciou hoje a campanha "compre um, doe um" para estimular os compradores a adquirirem ...
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Alagoas será contemplada com projeto
Gazetaweb.com - Maceió,AL,Brazil
A partir do próximo ano, nove escolas públicas de Alagoas - cinco estaduais e quatro municipais- serão contempladas pelo Projeto UCA (Um Computador por ...
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inclusão digital Brasil é destaque em projetos de inclusão digital ...
O Globo Online - Rio de Janeiro,RJ,Brazil
O edital para o início da licitação que escolherá o portátil do projeto UCA deve sair já em outubro. O XO, que até o fim do ano será produzido em larga ...
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MEC escolhe o Pará para projeto piloto de tecnologia
Governo do Estado do Pará - Belém,PA,Brazil
O Pará é o segundo estado do Norte a ser beneficiado com o projeto "UCA - Um Computador por Aluno", que o Ministério da Educação vem implementando, ...
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Conselho avalia impacto no ensino do projeto 'Um Computador por Aluno'
ti inside - São Paulo,SP,Brazil
O UCA foi lançado pelo guru tecnológico Nicholas Negroponte, criador do Media Lab, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, ...
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Programa de inclusão digital será implantado em Alagoas
Alagoas 24 Horas - Maceió,AL,Brazil
... em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, está ampliando a participação do Estado no programa Um Computador por Aluno (UCA), ...
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Sérgio Cabral e Pezão prestigiam inaugurações no município
A Voz da Cidade - Barra Mansa,RJ,Brazil
A programação da visita deve ter início às 10 horas, com a implantação do projeto UCA no Ciep 477. Consta ainda a inauguração do Conjunto Habitacional Irmã ...
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sábado, 11 de agosto de 2007

Tragam uma criança de dez anos

Quando disseram a Groucho Marx "Até uma criança de cinco anos pode fazer isso", ele respondeu: "Então tragam uma criança de cinco anos".

Pois se o laptop das crianças estragar, elas próprias podem fazer a manutenção:
5. Repair: After Mitch Bradley asserted that a 10-year old could
replace an XO motherboard, Joel Stanley was tasked with overseeing
just that. On Tuesday, 10-year old Philip and his 8-year old sister
Sophie were given an XO; using the instructions on the OLPC wiki they
disassembled and reassembled it (for the most part independently). It
didn't work the first time, so they proceeded to disassemble,
troubleshoot a loose wire, and reassemble the XO. This second pass,
when they were on their own, was successful (See
http://dev.laptop.org/~joel/xo-video/).
Walter Bender, OLPC newsletter 2007-08-11

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Tuquito lança livro sobre OLPC

O projeto Tuquito é destaque no OLPC News. O hermano Pablo Frias fala sobre o projeto de sistema operacional livre baseado em Linux, conta novidades sobre o apoio ao OLPC na Argentina e anuncia o primeiro livro (que eu saiba) sobre o OLPC. A obra é escrita em espanhol castelhano e pode ser baixada em PDF.

O logotipo do grupo é um simpático vagalume bem ao estilo dos afamados ilustradores argentinos.

--
nome: "José Antonio Meira da Rocha"  tratamento: "Prof. MS."
atividade: "Pesquisa e aprendizado em mídias digitais"
googletalk: email: MSN: joseantoniorocha@gmail.com
ICQ: 658222 Skype: "meiradarocha_jor"
veículos: [ http://meiradarocha.jor.br http://olpcitizen.blogspot.com ]

domingo, 29 de julho de 2007

Revista de Harvard com abordagem equivocada sobre OLPC

Harvard International Review publica artigo sobre OLPC com questões velhas, superadas ou fruto de má informação por parte do redator. Bastante estranho, vindo de uma publicação de Harvard.

Alguns pontos mais que discutíveis:

* O pobrerio precisa de professores qualificados, não de laptops.
E como qualificar professores, senão por EaD?

* Aldeias da África não precisam de internet.
Ah, tá... seres humanos não precisam se comunicar...

* Na área rural a rede mesh não vai funcionar.
Para os 10% da população rural, existe WiMax.

* O hardware é fraco, não roda MS Office.
Estranho, é semelhante ao que o redator devia usar há sete anos atrás para fazer as mesmas coisas que faz hoje.

* Vai dar virus.
Em sistema unix-like?

* O uso de software proprietário , em vez de Windows ou MacOS, vai causar problemas de manutenção.
Sério, ele disse isso!

* Tem pouco "conteúdo"
Toda a internet é pouco conteúdo? E o aprendizado novo deve ser feito por atividades e projetos, não por "contiúdo".

* Melhor seriam telecentros, não uma máquina por criança.
Telecentros são bons, mas são complementares. Um-por-um é melhor, mais eficiente, mais barato.

* Melhor seria um computador por família, não por criança.
Que tal dois ou três computadores por família, pelo mesmo preço?

E tem muitos outros equívocos.

A HIR precisa escolher melhor seus redatores. Esse artigo pegou muito mal. Um vexame.

Via OLPC News.

domingo, 15 de julho de 2007

OLPC e o compromisso dos professores

Professores da Escola Estadual Luciana de Abreu falam sobre a aplicação dos laptops XO do projeto OLPC. Neste trecho, a conversa é sobre o compromisso dos professores com o projeto.

Mais projetos escolares feitos com o laptop OLPC

Professores da Escola Luciana de Abreu, de Porto Alegre, RS, Brasil, falam sobre atividades escolares (projetos) desenvolvidos com o laptop XO do projeto UCA/OLPC. Aqui, a professora fala sobre o uso educacional do orkut, de jogos, de interações sociais via rede.

Projetos escolares feitos com o laptop OLPC

Professora da Escola Luciana de Abreu, de Porto Aleghre, RS, Brasil, fala sobre projetos pedagógicos desenvolvidos com o laptop XO do Projeto OLPC. Neste vídeo, a professora fala sobre a pesquisa na internet para a sala de aula.

Professora fala sobre experiências com laptop OLPC

Professores da Escola Luciana de Abreu, de Porto Alegre, RS, Brasil, falam sobre como está sendo aplicado em aula o projeto UCA (Um Computador por Aluno )/OLPC (One Laptop per Child). Neste trecho, a conversa rolou sobre regras de uso e metodologia aplicada no projeto.

sábado, 14 de julho de 2007

Outra experiência de laptops bem sucedida

Na Austrália, temos relatos de experiência bem sucedidas de uso 1:1 em sala de aula.:

http://blog.genyes.com/index.php/2007/07/13/one-to-one-laptops-is-hard-right/

Será que o Hemisfério Norte tem problemas com informática? Lá, as notícias são que um-laptop-por-aluno não faz diferença.

Mas no Hemisfério Sul, as coisas funcionam. Estranho... :-)

domingo, 8 de julho de 2007

Brasil é 5 vezes MAIS eficente que Europa na educação básica

Da série "Estatística é a arte de espremer os números até que eles digam o que a gente quer".

Assim, por cima, o Brasil é mais de cinco vezes mais eficiente que países europeus, e mais de sete vezes mais eficiente que os Estados Unidos, nos gastos em educação básica em relação ao índice PISA. Ou seja: por cada ponto do PISA, o Brasil aplicou cinco vezes menos grana.

http://spreadsheets.google.com/ccc?key=pH0vKjJkMrh0j2xo8aAp5Xw&hl=pt_BR

Nem só de Pan vive o homem

Tem também o 1º Encontro Sobre os Laptops na Educação, no Rio de Janeiro, dia 14 de julho, sábado, na Escola de Engenharia da Federal Fluminense. O evento pretende divulgar entre  professores os projetos OLPC/UCA e discutir usos pedagógicos das maquininhas móveis, através de palestras e conversas com os principais players do negócio.

Confirmadas presenças de David Cavallo (OLPC), de representantes do UCA, do professor Schara (UFF), de blogueiros, de profissionais de Intel (falando sobre o Classmate PC) e da Encore (falando sobre o Mobilis). Além deste que vos escreve, que acha encontros presenciais muito caros e participará, de Porto Alegre, através de Skype Video no telão.

Mesmo feito para professores, o encontro é aberto. Uma boa oportunidade para os cariocas conhecerem mais sobre o início da revolução na educação e na mídia nacionais.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

A morte dos laptops nas escolas foi grandemente exagerada

Matéria do The New York Times, há poucos meses, falava do fracasso de experiências 1:1 (um-laptop-por-aluno) em escolas dos Estados Unidos . A coisa não é bem assim, conforme um dos entrevistados explica no veículo OLPC News.

Frase chave do texto:
I believe students of diverse levels learn a great deal with laptops, and that what they learn is very important, and that it place as part of classroom instruction, but that it just isn't measured well by today's standardized tests.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Guru da informática está mal informado

O norte-americano Lee Felsenstein pode ser um grande guru da informática, mas está muito mal informado sobre o projeto OLPC. Parece que ele só olha para Cambridge e para o que está sendo feito por lá. Não toma conhecimento da movimentação no resto do mundo. Por exemplo:
When questions were raised, in many cases answers were avoided. The most egregious tactic was to say "it's an education project, not a laptop project " whenever questions were raised about the elements of the laptop, and to say "we're only making a laptop" when questions came up about the educational goals and methods of the project.
O que ele queria? Que o OLPC se metesse nos sistemas educacionais dos países? O OLPC faz o laptop e sugere usos. Cada país escolhe como implementar o projeto. Ou seja, o OLPC não é o único player no projeto. Cada um faz a sua parte.
As I pointed out in November 2005, the big problem with the OLPC project was the assumption that there is no need to work with the parents, the community leaders, and the working educators to develop the infrastructure needed to support the intended operation of the laptop.
Não existe nenhum pressuposto de que a comunidade não deve ser envolvida. De onde ele tirou isso? Obviamente, ele não conhece o que está sendo desenvolvido no Brasil e outros países. O Brasil, pelo menos, já está fazendo tudo isto.

sábado, 16 de junho de 2007

Mais periféricoX

O passarinho do Américo Damasceno está sempre em busca de um furo. Ele vai gostar dessa:

Além do projetor de vídeo que ele noticiou em sua coluna, e que pode revolucionar o mercado de televisores, existem mais iniciativas do OLPC na área de periféricos: DVD player de dez dólares e adaptador para osciloscópio (de grande utilidade em cursos técnicos). E podemos esperar uma enorme linha de equipamentos.

Olhem só a oferta de trabalho na wiki do OLPC:
"Work with companies to develop a host of low cost peripherals for the XO laptop. 
Examples include the 10$ DVD player, a $100 projector, and a $0.10 oscilloscope adaptor.
The XO has three USB 2.0 ports on the laptop, one analog input through the the microphone
jack, and one analog output through the speaker jacks. Frequent travel to Asia required.
Languages: English is required, Chinese (Mandarin) desired. This job is based at
OLPC Headquarters in Cambridge Massachusetts."

Via http://wiki.laptop.org/go/PO-laptop.org-auxiliary-en-US .

Intercom favorece monopólio de empresa estrangeira

A Intercom - Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares de Comunicação -- exige que os trabalhos acadêmicos, para seu congresso anual, sejam entregues em formato do editor de texto MS Word.

Isto é um inaceitável favorecimento da Microsoft e um incentivo à pirataria.

No momento em que governos e empresas no mundo todo se voltam para o formato OpenDocument, aberto e documentado, a Intercom vai no caminho inverso da história. Em vez de usar editores de texto livres, abertos e gratuitos (como BROffice, AbiWord e Kwrite), professores deverão usar o MS Word, programa caro com formato fechado e não documentado.

E quantos pesquisadores compraram seu Word legalmente?

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Grupo Abril ataca COC

Grupo Abril, que tem seu próprio "sistema de ensino", está atacando o grupo COC na Veja, usando a voz de direitistas tipo "mídia sem máscara" e "escola sem partido".

O assunto está fervendo no Luiz Nassif ( http://z001.ig.com.br/ig/04/39/946471/blig/luisnassif/2007_06.html#post_18874487)

Eu me lembro que há pouco tempo o New York Times divulgou o resultado morno dos sistemas de ensino nos EUA mas declarou que tem um sistema destes que não foi avaliado. Este tipo de comportamento ético nem passa pela cabeça do grupo Abril.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Todos os aeroportos do mundo no Google Earth

Pode ser útil pra quem precisa de informações aeronáuticas. Especialmente útil ao departamento de infográficos, pois permite fazer ótimos mashups.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

O laptop de 12 gigabytes

Perdido no meio das novidades semanais de Walter Bender (newsletter OLPC News,  2007-05-19), um detalhe volumoso:

Pierre Ossman tells us that an 8GB SD card worked on his XO, so now we know that we support 8G+ cards. Pierre also has a patch to significantly increase the speed of SD on our hardware.

Então o laptop XO aceita cartão de memória SD de 8 gigabytes. Com as rotinas de compactação de dados do XO, essa capacidade pode chegar fácil aos 12 ou 13 gigabytes.

O cartão SD é o sucessor dos disquetes no transporte de dados. Agora, pode se tornar o substituto do HD. Sua velocidade de acesso é um pouco menor do que um HD rotativo atual. Se aproxima da velocidade de um HD de 5.400 rpm.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Matéria sobre UCA/OLPC esqueçe do LEC

Alerta do Google de notícias sobre: olpc

Laptop na escola ainda gera polêmica
A Tarde On Line - Salvador,BA,Brazil
... de São Paulo (USP) analisam três laptops de fabricantes diferentes: Classmate, da Intel, XO, da OLPC (One Laptop Per Child) e Mobilis, da Encore. ...

O veículo A Tarde esqueceu a parte mais importante do projeto UCA: o trabalho do Laboratório de Estudos Cognitivos da Ufrgs . Com o devido respeito ao trabalho dos outros pesquisadores, é o LEC que definirá os aspectos pedagógicos do projeto. Os outros laboratórios têm uma ênfase na tecnologia, não na pedagogia.

Interessantemente, o LEC também estava sendo esquecido pelo próprio grupo do governo. Só depois de muitos meses de UCA é que o trabalho do pessoal da profa. Léa Fagundes foi incluido no UCA por sugestão do próprio David Cavallo, em função do trabalho de muitos anos próximo ao pessoal do MIT.

O LEC e as experiências na escola Luciana de Abreu é que definirão os rumos da educação "um-por-um" no Brasil e no mundo. Essa é minha opinião. Quando eu disse isso diretamente ao pessoal do LEC e da escola, eles riram muito e negaram, modestamente. Mas o LEC é o grupo que que tem o trabalho mais avançado em pesquisas casando novas tecnologias com novas pedagogias, dentro do espírito MIT que deu origem ao OLPC.

Em entrevista com professores da Luciana de Abreu (estamos editando o vídeo para divulgar em breve), já vimos que a escola está preparada para levar adiante o projeto como replicadora. Professores aprendem e usar a maquininha em pouco tempo, e já estão adiantados em criação de atividades curriculares usando a tecnologia móvel.

Finalmente, no final da matéria d'A Tarde, uma palhinha da visão educativa da Intel:

Na opinião do presidente da Intel Brasil, Oscar Clarke, para que o computador faça o papel do livro na sala de aula, é preciso uma reestruturação no modelo pedagógico das instituições públicas. "Os professores devem planejar as aulas com antecedência, tendo ciência dos sites que serão acessados".

Computador é só para substituir livro e navegar na internet? Não sei o quanto a fala do Intel-guy foi editada pelo jornalista. Mas juntando isso outras notícias sobre a parceria Intel-Positivo, há indícios de que a fabricante de chips veja a nova pedagogia apenas como usar material didático do sistema de ensino Positivo.

terça-feira, 15 de maio de 2007

Brasil está em 48º e deve cair em ranking de criatividade

"O principal determinante é a qualificação da mão-de-obra (92% dos entrevistados) e a qualidade da infra-estrutura de telecomunicações e tecnologia da informação (TI)", diz a EIU. Via BBC.

Os três pontos poderão melhorar pelo projeto UCA/OLPC.

  1. Através de novas metodologias educacionais, a mão-de-obra será mais qualificada.

  2. Para implementar o projeto, toda a infraestrutura de telecomunicação terá de ser melhorada, com a implantação de banda larga sem fio em todo o território nacional e em toda a América Latina.
  3. O estudo via tecnologias de comunicação e informação vai ser estendido ao trabalho e a todos os aspectos da vida diária.

Vale notar que o critério para criatividade são as patentes, um dos pilares do atual sistema imperialista de "propriedade" intelectual que suga a riqueza de países pobres sem precisar de canhões.

Seqüestro de crianças e o laptop dos cidadãos

Comoção na Europa pelo caso da menina inglesa desaparecida em Portugal.

Esse tipo de drama poderia ser minimizado por um hipotético programa " Um Laptop por Cidadão" em que TODAS as pessoas tivessem seus laptops XO, incluindo bebês. Enquanto os pais se divertem, podem ficar monitorando os filhos através de vídeo/áudio e de software de detecção de movimento.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Nove equívocos e um acerto

Professor brasileiro Carlo Emmanoel Oliveira Ph.D., Universidade Federal do Rio de Janeiro, Núcleo de Computação Eletrônica, faz dez considerações sobre o OLPC no seu site e no OLPC News.

São interessantes, mas vejo a maioria como equivocada ou fruto de desinformação. Comento aqui conforme o número das considerações no texto original.

10. Foco. The focus of One Laptop Per Child has been completely on the technology with the goal that a new technology will change how we educate children". Equívoco. Pela milhonésima vez: o foco não é na tecnologia, é na educação, com embasamento em sólidos princípios pedagógicos. Neste momento se noticia muito tecnologia porque é a parte do projeto em desenvolvimento.

9. Visibilidade da tela (readability). Desinformação. Ele cita um estudo de 2005 com laptops convencionais.

8. Infraestrutura. Isto já está sendo tratado pelo OLPC, com baterias, painéis solares, links por satélite. O governo brasileiro já está cuidando disso.

7. Nem todo o aprendizado pode ser feito por laptops . Sim, ele tem razão.

6. Falta de conteúdo. E o que é a internet? E os livros escolares? O projeto não precisa de "conteúdo", precisa de exemplos de atividades curriculares para os professores e alunos desenvolverem suas próprias atividades. OLPC não é estofo, é processo.

5. Teclados. Ele diz que talvez precisássemos de lousas sensíveis ao toque e quadros-verdes digitais. Desinformação. O XO tem área sensível ao toque. E que tal um quadro digital enorme numa escola de Não-me-toque, interior do Rio Grande do Sul, ou num vilarejo de Uganda?

4. Escalabilidade. Ele acha que um professor não poderá interagir com 50 crianças. Ora, Sugar é pra isso mesmo. Ele também mostra sua idéia (arcaica) de educação: alunos com cliquers respondendo a testes...

3. Ergonomia. Escolas sem mesas obrigarão alunos a usarem o laptop em... bem, no lap top. Claro, capacetes com HUDs e comando manuais espaciais, tipo Minority Report, seriam uma solução melhor e mais ergonômica.

2. Problema errado. O problema real seria a qualificação de professores. Bom, que tal usar uma rede de laptops para qualificar professores em cursos a distância? Para os professores aprenderem a usar os laptops levará uma semana, com ajuda dos pequenos.

1. Comunidade de aprendizado versus individualismo norte-americano. Essa foi a número um, realmente. O OLPC é TUDO sobre aprendizado em conjunto e redes de aprendizado.

Em dez questões, ele tem razão em uma (número 7).

segunda-feira, 7 de maio de 2007

O Peru entrou!

Alerta do Google de notícias sobre: olpc

Peru anuncia adesão ao XO, laptop de US$100
Info Online - São Paulo,SP,Brazil
SÃO PAULO - O ministro da Educação do Peru, José Antonio Chang, anunciou que seu país fará encomendas à OLPC do XO. Chang fez o anúncio em Lima, ...

NASA World Wind no XO?

Querer o Google Earth no XO seria demais (não é open source e precisa placa de vídeo 3D), mas talvez seja possível rodar o NASA World Wind, em sua versão Java.

TomServo, o cara do site Earth is Square, está com vontade de fazer um applet pra isso. Será que rola, agora que o XO tem 256 mebibytes de RAM?

Custo de energia elétrica Brasil x EUA

Energia elétrica é o "combustível" das tecnologias digitais de comunicação.

Você sabia que a energia elétrica no Brasil -- o país das hidrelétricas -- custa mais de 40 centavos de real por quilowatt-hora (19 centavos de dólar) e nos EUA ( New Orleans, p. ex.) custa cinco centavos de dólar (10 centavos de real) o kW-h?

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Laptop de 47 dólares na Índia

Mais um anúncio de laptop barato, segundo o The Times of India.

Por que o roubo de laptops não será um problema

Filhinhos de papai da classe média, faceiros com seus computadores em casa, gostam de dizer que o projeto OLPC fracassará porque a gurizada vai vender, trocar por droga ou deixar roubar os equipamentos. Bom, nada mais sujeito a furtos que telecentros (laboratórios com PC), onde estão reunidas grandes quantidades de equipamentos. Mas freqüentemente furtar um telecentro não é um bom negócio, como mostra este caso no bairro Restinga, uma vila pobre e orgulhosa de Porto Alegre (Clique na imagem para ler a matéria em tamanho grande).

domingo, 29 de abril de 2007

Idéia de educação da Intel/Positivo é uma piada de mau gosto

Na revista ARede, Lea Fagundes bota a boca no trombone: projeto da Intel/Positivo é uma picaretagem de marqueteiros.

ARede • Os outros computadores em teste no governo têm uma solução pedagógica?
Léa • Eles não têm teoria nem práticas pedagógicas diferentes. São para o ensino tradicional. Isso é que me dói. Tu vai fazer uma despesa danada, e não mudar nada. O governo está encantado com o ClassMate. Custa US$ 400, mas a Intel, que fez parceria com o Bradesco e a Editora Abril, paga a formação do professor, o transporte, dá a estrutura de rede para a escola. São módulos padronizados no mundo inteiro. E a Intel me diz: 'somos uma multinacional, damos o mesmo conteúdo aqui, que damos em outros países'. Ou seja, não muda nada. Eu perguntei à coordenadora do programa do ClassMate quem dará esses cursos, ela respondeu que ela era mesma. A formação dela? Administração de Empresas. O outro, MBA, Marketing. Ou seja, a Intel vai formar professor para usar a máquina deles.

Para fabricar, a Intel procurou a Positivo. Vou dar um exemplo do que se trata. Fui a uma escola em São José dos Campos (SP) com 20 máquinas, crianças de 7ª série, todas sentadas, com a professora e um técnico ajudando. É uma aula de geografia, do capítulo do livro didático, mas todo o seu conteúdo está na internet. Pedi para baixar do site. Conteúdo de quem? Da Positivo. Era o homem pré-colombiano, mas a imagem não tinha nada de pré-colombiano, era elegante, magro, alto. E com roupinhas, para o aluno vestí-lo. É isso, roupinhas de boneca para vestir o homem pré-colombiano?

A Positivo tem 700 mil páginas na internet, que cobrem conteúdos de todas as matérias, de todas as séries. Está tudo pronto. O professor acha uma maravilha. Por que? Ele não precisa preparar a aula, não precisa planejar. Quando termina a aula, já tem teste pronto, e o programa diz o que as crianças erraram. Mas qual é a função do professor, então? O professor não precisa pensar?

É justamente o tipo de material que não faz diferença de aprendizado, conforme algumas pesquisas recentes nos EUA.

Ensino por rede no UCA/OLPC

Excelente matéria com a profa. Lea Fagundes na revista ARede mostra as relações do proejto UCA/OLPC com EaD. Uma palhinha:

ARede • Como está sendo a capacitação dos professores para o XO?
Léa • Aqui em Porto Alegre, tive que escolher uma escola com 400 alunos, o número de laptops que teríamos. Encontrei uma escola com 350 alunos e 50 professores, da 1ª à 9ª. Fizemos um seminário de dois dias. Apresentamos a pesquisa do LEC, como vamos fazer funcionar o modelo do XO, as propostas pedagógicas, o que já existe de produção de conhecimento científico. Trabalhamos com os dez XOs que tínhamos, em rodízio.

Prometeram nos mandar mais cem XOs depois do carnaval. Chegaram no Brasil, mas a alfandêga não liberou. Nem o MEC. Decidimos formar monitores com alunos da 7ª à 8ª séries que gostam de computadores. Eles vieram fazer a formação com os professores, para ajudar quando chegassem os computadores.

Então resolvemos fazer uma Formação Continuada em Serviço. Os professores trabalham de manhã, de tarde, de noite, e ganham pouco. Não têm tempo para sair e fazer cursos. Mas têm duas horas por semana para planejar. Essa é a hora teórica do curso; e as aulas, as horas práticas. Estamos documentando tudo. Se o Brasil comprar mais um milhão de XOs, teremos que formar 40 mil professores, em alguns meses. E quem vai fazer isso? Essas 40 professoras, nós e os meninos, a distância.

terça-feira, 24 de abril de 2007

Forbes: a alma de um novo laptop

Boa matéria sobre o OLPC na Forbes:
http://members.forbes.com/forbes/2007/0507/100.html

Umas palhinhas:

"There would be no way to launch and ramp in any way other than open and viral," Negroponte says in an e-mail exchange from Taiwan, where he is dealing with manufacturing. "A command-and-control model, the way one runs an army, is not well suited for newideas."

One laptopmaker refused early on to get involved because, it claimed, success would require "ten or twenty" miracles

"There's a risk in showing something that isn't finished," Bender says. "But there's a greater risk in waiting." He expects there to be 500 million laptops in the hands of poor children five years from now--both the XO and other low-cost models under development. 

Via OLPC News.

sábado, 21 de abril de 2007

Entrega dos laptops de US$ 100 deve atrasar para o 3º trimestre

Deu na IDG Now. É incrível! Um projeto de tecnologia vai atrasar! Como foi acontecer isto? ;-)

Asustek prepara cinco laptops de baixo custo

Deu na Geek: Asustek prepara cinco laptops de baixo custo.

Os modelos terão aramazenamento de massa em memória Flash, como o XO, e ficarão na faixa de $199 a $549.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Microsoft venderá software de 3 dólares

O efeito OLPC já atingiu a Chuck Norris do software desktop: a
Microsoft começará a vender pacotes de programas por 3 dólares para o
pobrerio.

O Windows é aquele que só abre três janelas de uma vez...

http://pcworld.uol.com.br/noticias/2007/04/19/idgnoticia.2007-04-19.5804961412

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Fwd: [Argentina] De la Batalla de los Laptops a la Batalla de los Modelos Educativos

Email que rolou na lista OLPC argentina. Daniel Ajoy chama atenção para um ponto importante: a capacitação contínua do professor.

Não se pode esperar que uma professora de, digamos, Bom Jesus do Araguaia, MT, Brasil, viaje constantemente para a capital Cuiabá para fazer cursos de capacitação. No entanto, com seu laptop e acesso permanente à internet, ela pode fazer cursos sem distância, participar de fóruns com outros professores, se atualizar, estudar milhares de textos, desenvolver experiências com outras classes a milhares de quilômetros.

---------- Forwarded message ----------
From: danieloso <danieloso@gmail.com>
Date: Apr 18, 2007 3:17 PM
Subject: Re: [Argentina] De la Batalla de los Laptops a la Batalla de los Modelos Educativos
To: Daniel Ajoy <da.ajoy@gmail.com>
Cc: argentina@laptop.org

Después de algunas semanas de reflexión personal y en el propio
instituto donde trabajo las conclusiones son las siguientes.

1. El rol del maestro como el "dueño" de la información y el
conocimiento ya caducó porque la laptop hace lo mismo y es más
económica.
2. El nuevo rol del maestro debe ser el mediador, moderador y
motivador de los alumnos.
3. La computadora para el maestro debe ser una herramienta de
capacitación continua.
4. La computadora para el alumno debe ser una herramienta de creación
y exploración.

El único punto debil que siento en el proyecto OLPC es que debería de
existir uno paralelo que se llamara One Laptor per Teacher. Considero
que la forma en como se le acerca la tecnología a los maestros y a los
alumnos debe ser muy diferente.

Mi conclusión: Independientemente de la estrategia docente que se
implemente con el proyecto OLPC, si esta estrategia no se centra en
capacitar a los maestros en lo docente y en lo tecnologíco el proyecto
no prosperará a corto plazo.

Saludos!
---------------------

terça-feira, 17 de abril de 2007

Um Laptop Por Cidadão, Um Voto por Cabeça

A lista OLPC Brasil recebeu o post abaixo. Pode ser o início prático de uma revolução inevitável: a democracia direta permitida pelas tecnologias digitais em rede.

O ideal de um voto por pessoa, sem representates, pensado durante a Revolução Francesa, está cada vez mais próximo de ser alcaçado, pelo menos tecnicamente.

---------- Forwarded message ----------
From: Nolambar von Lómeanor <nolambar@gmail.com>
Date: Apr 16, 2007 11:40 PM
Subject: [OLPC Brasil] GSoC project about democacy
To: brasil@laptop.org

Hi,

I'm going to develop an electronic distributed voting for the OLPC platform under the SoC program.

I've heard that in Brasil some are thinking about democracy experiments over OLPC initiative, and i'Il want to know about your ideas to enhance my project and make it useful for the people who will use it.

http://wiki.laptop.org/go/Stirme

Any comment, suggestion, critics, enhancements please let me know.

Kinds

Post Scriptum: Sorry about writing in english in a brasilian mailing list, but i do not know portugese, if anybody wish to talk in spanish is other alternative.
--
Ignacio Vergara

http://nolambar.blogspot.com <- mi blog

O PlaySation 3 das crianças

Esse maluco conseguiu instalar um Fedora num videogame PlayStation 3.
Mais um pouco, instala um Sugar e inaugura o projeto OPS3PC (One
PlaySation 3 Per Child).

Assunto altamente geek, mas fica o registro:

http://www.advogato.org/person/dwmw2/diary.html?start=161

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Não vou mais falar "Educação a Distância"

Não tem sentido falar em "Educação a Distância". O que as tecnologias de comunicação atuais mais fazem é diminuir distâncias. Vou me referir de agora em diante a "Educação SEM distância ", como fala o professor Norberto Etges.

Educação a Distância é obrigar crianças da roça a passarem quatro horas por dia dentro de um ônibus escolar.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Gutemberg, aquele maldito capitalista!

Quando o ourives Johannes de Gutemberg teve a idéia de cortar uma xilogravura em pedacinhos e reutilizar as letrinhas numa prensa de uva, não deve ter imaginado o tsunami que provocaria na cultura ocidental. Mas ele sabia que era uma boa idéia, e que deveria dar um bom dinheiro.

Naquela época, 1440, fim da idade média, um livro escrito à mão tinha preço inimaginável. Praticamente apenas reis iletrados e a igreja podiam ter livros. Com a invenção e com as melhorias do seu auxiliar, calígrafo Peter Schöffer (pouco citado co-autor da imprensa), Gutemberg esperava ser bem monetizado. Para conseguir isso, associu-se ao banqueiro Johannes Füst, e tomou emprestado 800 ducados, depois mais 800, para criar uma empresa.

O negocinho tinha inovação, tinha empreendedorismo, tinha pesquisa e desenvolvimento, objetivava lucro e precisava de investimento para funcionar. Até nome, o empreendimento tinha: Das Werk der Bücher, A Fábrica de Livros. O primeiro objeto feito em série no mundo era um produto cultural. E, claro, a primeira fábrica se ralou nas mãos da banca: o véio não conseguiu pagar os empréstimos e Füst tomou as oficinas. Tomou também o auxiliar, pois Schöffer se bandeou pros lados do usurário (empregado é sempre ingrato!). BTW, mais tarde, Füst tentou vender ao rei da França um livro impresso como se fosse escrito à mão, maior 171. Foi descoberto, foi preso, fugiu. Banca é banca em qualquer época.

Porque dava muita grana, a imprensa se espalhou pela Europa em apenas dez anos, e pelo mundo logo em seguida. Muito mais rápido do que os computadores se espalharam hoje, tomadas as devidas proporções.

Mas livro impresso ainda era caro: custava o salário de três anos de um artesão. O papel era feito de trapos. Um quilo de trapo custava o mesmo que um quilo de alumínio, hoje (History Channel, 2007). Só depois da invenção de papel de madeira a publicação em grande escala ficou barata e pode deslanchar.

O pecado católico do lucro já tinha sido arrasado pela Reforma, não tinha mais jeito. Surgiram os panfletos opinativos e noticiosos. Com o sucesso dessas publicações, as pessoas viram que também podiam ganhar dinheiro vendendo papel com tinta, como os editores de livros. Viram também que podiam se monetizar mais um pouquinho colocando anúncios na publicação. Surgiu o jornalismo impresso moderno (esse que está em decadência).

Qualquer semelhança com blogs não é mera coincidência.

Bibliografia: La Composición en Artes Graficas, Biblioteca Profesional E.P.S. Dom Bosco: Barcelona, 1970.

Matéria sobre o laptop de 3 watts na IEEE Spectrum

Na revista da sociedade de engenheiros elétricos.

Me chamou atenção a falta de compreensão pedagógica que rola pelo mundo. Repare nesta fala:

Says Lee Felsenstein, chief technical officer of Fonly, a product development firm in Palo Alto, Calif., and a pioneer in personal computer design, "The kids will pass notes. It happened in college lecture halls, and the teachers turned the wireless network off, because no teacher allows the passing of notes in class. Likely, the laptops will be banned from classrooms."

Imaginem: as crianças irão se comunicar! isto não pode!

É fortíssima a visão de salas de aula como o lugar onde o professor manda e as coisas têm de ser como ele quer. Como nas empresas, lugares mais autoritários que a extinta "cortina de ferro", onde cada um deve ficar em sua escrivaninha ou cubículo sem falar com os outros.

A crítica acima se refere a uma atitude típica do ser humano: compartilhar informação, se comunicar, se ajudar. É evidente que o laptop das crianças não serve para uma pedagogia industrial e autoritária. Por isso a ênfase em que OLPC não é projeto de laptop, é projeto educacional, de uma pedagogia nem tão nova mas que ainda não entrou em muitas cabeças fechadas de professores e profissionais da informática.

sábado, 7 de abril de 2007

Softwares educacionais têm eficácia duvidosa

Segundo o Washington Post, estudo nos EUA mostrou que o uso de softwares de matemática e apoio à leitura não resultou em melhor desempenho de alunos que o proporcionado por métodos tradicionais .

No momento em que o governo brasileiro estuda implementar o projeto UCA, cabem reflexões sobre a pesquisa.

A matéria não fala nos projetos pedagógicos por trás da implementação de softwares educacionais.

Um dos pontos a refletir é justamente a diferença entre o tipo de software usado pelas escolas norte-americanas e o tipo de software proposto pelo projeto OLPC. Até o momento, o que o OLPC mostra são programas para comunicação e expressão a serem usados como ferramentas para a descoberta. O que fazer com eles depende das atividades propostas pelos professores.

Já os programas norte-americanos, pelo que entendi, são espécies de tutorais.

Por outro lado, no final da matéria há uma aula de jornalismo:

"To persuade companies to participate in the study, researchers promised not to report the performances of particular programs. Among the businesses whose products were in the study were LeapFrog SchoolHouse, PLATO Learning, Scholastic Inc. and Pearson. (The Washington Post Co. owns Kaplan, a test preparation company that sells education software. Kaplan applied to be in the study but was not included.)"

Ou seja: o diário deixa claro ao leitor que tem uma empresa de material educacional não escolhida para participar dos testes. Fica a cargo do leitor decidir se a matéria falando dos concorrentes foi enviesada ou não.

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Matéria na revista Exame sobre laptop das crianças

Revista Exame fala sobre o projeto Um Computador por Aluno.

Engraçado a avaliação do jornalista. Ele diz que o XO "tem capacidade de processamento limitada". O que significaria isto? Limitada a quê? Ele tem desempenho aproximado ao do meu laptop Toshiba 2550 e ao meu AMD K6-2, que ainda estão em uso aqui em casa.

Toshiba 2550: Celeron 600 MHz, 192MiB de RAM, 980 bogomips.
AMD: processador K6-2 500MHz, 192MiB de RAM, 1090 bogomips.

O bogomips é uma medida do "laço vazio" do processador (o processador repetindo "nada"), usada para calibragem do Linux. Não mede o desempenho geral de um computador, mas serve para termos uma idéia aproximada do processamento. O antigo Geode GX do laptop XO faz 731 bogomips a 364 MHz. O novo Geode LX, com 433MHz, deve chegar a 860 bogomips, quase o desempenho do meu velho laptop de 2001. Para isto, gasta 3 watts de energia -- o mesmo que um computador desktop desligado -- e não precisa de ventilação.

Isto é "limitado"? Essa é uma palavra que não significa nada. Parece papo daquels lojas que anunciam computadores "completos". Isto é marketing e anti-marketing, não jornalismo.

Mais além, a matéria diz que não será possível avaliar quando o projeto UCA custará aos cofres públicos.

Pô, era só ter pesquisado. Se os 60 milhões de envolvidos no ensino básico receberem seus laptops, o governo gastará R$ 5.321.782.371,97 por ano .

Se todos os brasileiros receberm um laptop (projeto fictício Um Computador Por Cidadão), o poder público gastará 16 bilhões de reais por ano, ou quatro reais por mês, por cabeça. E economizará outros bilhões em comunicação, agilização da burocracia, pesquisas e estatísticas, eleições etc.

quinta-feira, 29 de março de 2007

Intel Classmate na experiência um-por-um

O mexicano Ricardo Carreon, em sua coluna, fala sobre as experiência com o Intel Classmate na Costa Rica , na escola elementar Fidel Ruiz, perto de San José. Embora Intel-biased (ele é executivo da empresa), o texto tem muitas informações positivas sobre o uso 1:1 (um computador por criança) mas não especifica se os alunos podem levar o equipamento para casa.

Gostei do microscópio USB... Minhas experiências com microscópios na infância foram muito frustrantes, porque não dava pra ver muito coisa. Eu queria ver hemácias, micróbios, talvez alguns átomos, mas só via fios de cabelo e escamas de borboleta. Será que estes eletrônicos melhoraram a microscopia escolar?

terça-feira, 27 de março de 2007

Wi-Fi nas prefeituras brasileiras

"As 5.561 prefeituras municipais do país podem implantar redes sem fio Wi-Fi, de baixo custo, para prestação de serviços de educação, cultura e informação via intranet. A Anatel criou duas opções regulatórias para o segmento. A primeira, de forma indireta, por meio de empresas públicas ou privadas, autorizadas para prestar Serviço de Comunicação Multimídia (SCM). A outra, direta, por meio de licença do Serviço de Rede Privado, submodalidade do Serviço Limitado Privado (SLP), de interesse restrito."

Leia mais em Thesis - Wi-Fi nas prefeituras brasileiras

OLPC videoblog

Red Hat Magazine começa a postar vídeos sobre o projeto OLPC. No "primeiro episódio, primeira temporada", o MC Chris Blizzard apresenta vários participantes empregados e voluntários falando sobre o projeto. Entre eles, Bender, Jepsen e nosso Marcelo Tosatti, colorindo a produção com o inconfundível brazilian accent.

Via J5 blog's.

domingo, 25 de março de 2007

Intel lança o Classmate PC

A agitação em torno do Classmate que a gente via antes era pré-lançamento, então. O "assistente de aprendizagem para mercados emergentes" já está disponível como produto e tem até um portal próprio.

Na área do software básico, ele poderá rodar os sistemas operacionais Windows XP Profesional (gringo) ou os Linux-based Mandriva Discovery 2007 (francês) ou Metasys Classmate 2.0 (brasileiro, muito usado em Minas Gerais. Comentários no Viva o Linux). Para Windows, precisará de 2 GB de memória Flash, o dobro dos sistemas Linux.

Via blog do Intel guy Ricardo (boa fonte sobre assuntos TIC latinoamericanos, BTW).

quinta-feira, 22 de março de 2007

Servidor OLPC: cada país poderá fazer o seu

Da wiki OLPC:

Unlike the laptop, the manufacturing collaboration will not be exclusive. Individual countries will be free (even encouraged) to design and manufacture their own school servers running derivatives of the OLPC school server software.

Isso deve amansar a indústria brasileira de informática. Se cada servidor tiver capacidade para 100 alunos, serão necessários 600 mil servidores para sustentar os 60 milhões de laptops educacionais do Brasil. Uma média de três servidores por escola. Por ano, a indústria terá de fornecer 120 mil servidores ao custo de uns 500 reais cada. Um negócio de 60 milhões de reais por ano.

Também dá margem a que o Brasil use, por exemplo, o gerenciador de aprendizado Amadis, do LEC-Ufrgs , em vez do Moodle, como vem sendo estudado pelo OLPC.

quarta-feira, 21 de março de 2007

OLPC: laptop das crianças poderá ser mais poderoso

Segundo conversas na lista de desenvolvedores, parece que as especificações do laptop XO do projeto OLPC sofreram importantes atualizações: agora, as maquininhas das criaças virão com o processador AMD Geode LX-700, de 466MHz, em vez do GX-500 a 366MHz. A memória RAM será de 256MB e a memória de armazenagem comprimida, de 1024MB.

Segundo Chris Blizzard
, chefe do projeto OLPC na Hed Rat, o novo processador tem mais velocidade, mais recursos de manipulação de vídeo, memória cache L2, mais memória cache L1. Apesar de mais poderoso, o LX-700 é até menos potente: gasta no máximo 3,1 watt-hora, contra 3,3 w-h do GX.

Confia as mudanças na Wiki do projeto.

Revista Linux em PDF (gratuita)

Revista portuguesa Linux já está no segundo número. O formato tem orientação "retrato", apropriado para impressão, diferentemente da Tux Magazine, que tem orientação "paisagem", feita para ser lida na tela do computador.

Mas é notável que a Revista Linux tenha sido produzida com o programa para editoração eletrônica Scribus, "genérico" do InDesign ou Quark Xpress, que está amadurecendo rapidamente para uso profissional.

Via Peopleware.

terça-feira, 20 de março de 2007

Macfags pegam carona no OLPC

Os enfant terribles fãs de Macintosh não perdem uma oportunidade de mostrar como são enfants e como são terribles . Agora, um tal Metalab Institute of Technology lançou uma página parodiando o site do OLPC, só que com o nome One Macbook Per Child.

Os links não funcionam, a piada fica só na primeira página.
Via OLPC News.

quarta-feira, 14 de março de 2007

Sugar: sem açúcar?

John Gilmore, um dos fundadores da Free Software Fundation e criador do Gnash (GNU Flash), num texto com jeitão de flame, critica a interface Sugar, que vai aglutinar todas as atividades do laptop XO:

[...] Why should kids have to batter their way through this idiocy before they can get to any educational materials? Why does everybody just keep shrugging and apologizing for how rotten the UI is, without doing anything about it? It's true, on paper, Sugar's ideas might have been a brilliant advance in the state of the art, another miracle like the LCD screen, like the power management, like the OLPC business model. But once Sugar was implemented and we could use it, it turned out that it WASN'T a brilliant idea; in fact, it sucked. Face facts! Give it up and get something that works, rather than have it torpedo the project. [...]

Via Invisible Sandwich, coluna de Cris Blizzard, chefe do projeto OLPC na Red Hat.

segunda-feira, 12 de março de 2007

Ética Hacker: Sérgio Amadeu e HackerTeen disponibilizam material gratuitamente

O hacking é uma das bases do OLPC. Esta notícia tem muito a ver com o projeto.

---------- Forwarded message ----------
From: Dicas-L-Owner@dicas-l.com.br <Dicas-L-Owner@dicas-l.com.br>
Date: Mar 12, 2007 1:22 PM
Subject: [Dicas-L] Ética Hacker: Sérgio Amadeu e HackerTeen disponibilizam material gratuitamente


Conteúdo criado especialmente para os alunos do HackerTeen agora está na Internet

O sociólogo e professor Sérgio Amadeu, reconhecido por sua militância em favor
da utilização do software livre, e o HackerTeen (http://www.hackerteen.com.br)
- formação profissional para adolescentes de 14 a 19 anos sobre redes e
segurança da computação, empreendedorismo na Internet e Ética Hacker -
divulgaram nesta sexta-feira, 09 de março, o conteúdo das aulas de Ética
Hacker ministradas no projeto educacional.

Mostrar o que é a ética, qual sua importância para as sociedades e como ela
evoluiu historicamente até chegar na era informacional foram os objetivos
apontados por Amadeu para a criação do curso. "Ele é muito centrado nas
idéias de Pekka Himanen, que escreveu seu doutorado após pesquisar a ética dos
hackers", esclarece o sociólogo e Doutor em Ciência Política pela Universidade
de São Paulo.

Para Amadeu, a ética é importante em todas as atividades humanas. "Os médicos
têm uma ética, os professores, os juízes, enfim, os grupos sociais acabam
construindo finalidades para sua existência e para as suas ações. Estar
de acordo com esses objetivos finais é atuar com ética. A cultura hacker é
essencialmente baseada em atitudes éticas e no tripé: liberdade, colaboração
e conhecimento", explica o autor do material.

As aulas - disponíveis gratuitamente na página:
http://www.hackerteen.com.br/material_etica.php - trazem questões políticas,
filosóficas e éticas, relacionadas a temas atuais, tecnologia, software livre,
filmes e conteúdo teórico que vai de Aristóteles, passando por Descartes,
Pekka Himanen e Sócrates, entre muitos outros.

Mas não pense que se trata de algo cansativo. Quem garante isso são os
próprios alunos do HackerTeen, adolescentes que, provavelmente, achariam
tal disciplina bastante maçante, caso fosse vista do modo tradicional.

"Em escolas comuns essas matérias são extremamente teóricas, mas no HackerTeen
são feitos links desse conteúdo para atividades reais. As pontes criadas
entre teoria e prática são fundamentais para trazer vida à aula", revela
Diego Silva, de 15 anos, que já concluiu as seis etapas do curso.

De acordo com o sociólogo responsável pela elaboração do material, os
filmes são uma forma de trazer os jovens para discutir a ética no seu
universo. "Muitos jovens ficaram surpresos ao saber que o filme Matrix se
referenciava fortemente no mito da caverna de Platão, um dos maiores filósofos
gregos da antigüidade clássica. Procuramos iniciar a compreensão das idéias
de filósofos como Descartes, Espinosa, Sócrates, entre outros, a partir da
ficção criada nas situações e pelos personagens dos filmes. Esta técnica
tem sido empregada com sucesso em vários outros cenários", revela Amadeu.

Mateus Andrade, um dos professores do curso e responsável pelas ilustrações
do material, afirma que os alunos participam ativamente dos debates durante
as aulas. "Temas filosóficos, naturalmente, trazem muitos questionamentos. O
desafio é fazê-los pensar por si mesmos, estimulá-los na busca pela resposta,
sem impor uma idéia pronta".

O material divulgado corresponde às aulas de Ética Hacker ministradas em todas
as seis faixas (etapas) da formação HackerTeen, e está agora disponibilizado
sob a licença livre Creative Commons, que permite a utilização, reprodução
e modificação do material, desde que não seja para fins comerciais.

"Liberamos o conteúdo das aulas com esta licença no intuito de instigarmos
os jovens a pensar sobre o melhor uso da tecnologia em favor da sociedade",
esclarece Marcelo Marques, diretor de estratégias do HackerTeen e um dos
idealizadores do projeto.

Sérgio Amadeu concorda: "este material sendo liberado em Creative Commons pode
ser aproveitado por outros alunos e professores. Também pode ser retrabalhado e
gerar mais iniciativa que estimulem o debate ético. Compartilhar conhecimentos
é a melhor forma de obter crescimento", conclui o autor do texto.

"Divulgar esse material é uma forma de contribuir com a expansão do
conhecimento e, potencialmente, pode atrair os jovens para o lado positivo
nesse contexto da cibercultura", avalia o professor Mateus Andrade.

*Sobre o HackerTeen:* Idealizado pela 4Linux, empresa especializada
em treinamentos e serviços baseados em softwares livres com foco em
segurança, o HackerTeen (http://www.hackerteen.com.br) é uma proposta de
ensino profissionalizante para adolescentes de 14 a 19 anos, sobre redes
e segurança da computação, empreendedorismo na Internet e Ética Hacker.
Com uma metodologia inovadora, foi avaliado como "primeiro e único no mundo"
pela Harvard Business School. O público do HackerTeen são jovens que gostam
de computadores e desperdiçam o seu tempo em atividades não produtivas (chat,
Orkut, MSN). O objetivo do projeto é fazer com que os jovens aprendam aquilo
que realmente fará diferença para eles no mercado de trabalho ou ajudá-los
a montar o próprio negócio relacionado com computadores.Para que os jovens
se sintam envolvidos, o método de ensino da formação é baseado em desafios,
utilizando, para isso, o sistema operacional Linux aliado com temas jovens,
recursos de mangás (histórias em quadrinhos japonesas), jogos RPG (Role
Playing Game), palestras com personalidades, acompanhamento psicológico e
pedagogia baseada na teoria de Paulo Freire. Além de capacitar alunos para
atender as necessidades do mercado de trabalho, o HackerTeen também tem
como objetivo desmistificar o termo 'hacker', que muitas vezes é empregado
inadequadamente, confundido com 'cracker'. Se por um lado, o cracker é o
criminoso que invade computadores e viola dados, por outro, o hacker é o
profissional com grande conhecimento de informática e sistemas da computação
que utiliza suas habilidades em benefício da sociedade.

*Sérgio Amadeu da Silveira:* é sociólogo e Doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. Professor da pós-graduação da Faculdade de Comunicação Cásper Líbero e autor de várias publicações, entre elas: Exclusão Digital: a miséria na era da informação. É Militante do Software Livre.