O que sai na mídia sobre aprendizado digital

quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Encore incorpora rede mesh ao Mobilis

O computador móvel da Encore, o Mobilis, agora tem rede mesh. O preço está em US$165,00 para pedidos de um milhão, o que torna o equipamento uma séria opção para a inclusão digital das escolas brasileiras. Outra característica importantíssima: o gasto de energia do Mobilis é de apenas 4 watts no pico de uso.

Quem me passou as informações foi o Dr. Peter Knight , representante da indiana Encore no Brasil. Ex-funcionário do Banco Mundial, o economista norte-americano-brasileiro é casado com uma carioca, bom conhecedor da realidade do hemisfério sul, e tem relações tanto com Seymour Papert quanto com a Dra. Lea Fagundes. Também milita na área da inclusão digital com a iniciativa e-Brasil.

Knight corrigiu alguns dados errados da planilha de custos sobre o projeto Um Computador por Aluno (UCA). O economista também acha que o custo de conexão pode ser bem menor.

Veja como está o derby dos equipamentos candidatos ao UCA na googlenilha.

Para fins de comparação, agora desconsiderei o uso de servidores especiais para o XO. Todas as opções foram calculadas com servidores standard.

Links interessantes:

Flash-mesh

O Wayan Vota, do site OLPC News, pode ser um "mala necessário", mas dá
algumas dicas legais, como esse Flash onde a gente "testa" a rede mesh
do XO.

http://laptop.org/laptop/hardware/meshdemo.shtml

Clicando num coelhinho (XO), ele levanta as orelhas e procura uma
conexão. Arrastando o XO para outro lugar, a qualidade da conexão
muda. Cooool!

Via http://www.olpcnews.com/hardware/wireless/olpc_mesh_networking.html

P.S.: "mala" ou "mala sem alça", no Brasil, é gíria para uma pessoa que incomoda.

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Angola adere ao computador dos petizes

Alerta de notícias do Google sobre: olpc

Angola adere ao projecto OLPC
Jornal de Angola - Luanda,Luanda,Angola
Angola vai aderir este ano ao projecto OLPC (One Laptop Per Child ou, em português, Um Computador por Criança), no âmbito do programa de massificação da ...


Pessoalmente, acho que o Brasil deve ajudar os países africanos através de financiamento ou outro mecanismo.

Nova cara do OLPC não fica bem no XO

O novo layout do site OLPC (http://www.laptop.org) está muito bom, só
que não foi feito para o XO. Não cabe na telinha. :)

Não é uma interface "elástica", como recomendado para páginas Web
dentro do padrão.

sábado, 27 de janeiro de 2007

Laptop das crianças: definida a escola em Porto Alegre

A instituição que receberá os 400 laptops do projeto OLPC, em Porto Alegre, será a Escola Estadual Luciana de Abreu.

http://noticias.lec.ufrgs.br/?p=30

Local da escola (copie e cole no painel "Places" do Google Earth):
<?xml version="1.0" encoding="UTF-8"?>
<kml xmlns="http://earth.google.com/kml/2.1">
<Placemark>
<name>Escola Estadual Luciana de Abreu</name>
<LookAt>
<longitude>-51.21204548118417</longitude>
<latitude>-30.04116737455847</latitude>
<altitude>0</altitude>
<range>350.2747839138744</range>
<tilt>65.69021008973077</tilt>
<heading>-11.90395836970128</heading>
</LookAt>
<Point>
<coordinates>-51.21217029029946,-30.04122265944638,0</coordinates>
</Point>
</Placemark>
</kml>

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Que região discute mais OLPC?

De um comentário no blog de Ethan Zuckerman:
"For those who read Portuguese, there is an abundance of news (and blogs) about the competition to develop, build and sell 'low-cost educational devices' (and not just the ones you mention in your article) into the huge Brazilian market. Brazil is a place to watch in this regard.
"Cheers,
"Mike from infoDev"
Mas, curiosamente, o Google Trends diz que o país que mais discute OLPC, depois de Taiwan, é... a Grécia!

Na língua, português ganha, mas até a Argentina discute mais que nós na mídia

Criador do Tripod e GeekCorp se entusiasma com o OLPC

Ethan Zuckerman chefiava a GeekCorp, mesma entidade agora capitaneada por Wayan Vota (OLPC News). Dá sugestões bem interessantes.

Outro artigo anterior dele: http://www.ethanzuckerman.com/blog/?page_id=1198. Leitura obrigatória.

España creará un PC de 99,99 euros

O equipamento não permitirá xingamentos racistas e anti-étnicos.

http://digital.telepolis.com/cgi-bin/reubica?id=415217&amp;origen=EDTecnologia

Negroponte está explorando os pobres?

Pesadas críticas em relação ao OLPC:

"MIT and Negroponte are exploiting the world's poorest countries with OLPC"

http://www.ntb.no/article.aspx?Section=NTBPRM&amp;RefID=2426708&MainGroup=8192

Equivocadas, no meu entender. Não sou nenhum fã de Negroponte, mas vamos analisar a situação com dados:

1. É caro.

Não é caro, como demonstra esta planilha de custos. Não só não é caro, como custa metade do preço de alternativas.



A planiilha acima, na parte referente ao Fundeb, mostra que o custo dos laptops pode perfeitamente caber no orçamento de escolas. Cada escola (com média de 330 alunos e 12 professores) receberá mensalmente R$ 8.360,00 do Fundeb. O projeto UCA poderá custar R$ 2.600,00 por escola a cada mês.



2. Risco tecnológico

Quem acompanha os canais de comunicação do OLPC, verifica que o desenvolvimento está indo bem. O autor reclama da falta de planilha de cálculos. Mas os equipamentos OLPC são projetados para estarem sempre conectados à internet. Assim, crianças de 7 anos podem usar as planilhas do Google para realizarems seus cálculos de break-even e amortização de investimentos ;).

3. Erro de marketing.

"One thousand dollars laptop" é só marketing para gerar notícias. Pode ser criticado mas é bastante eficiente. Talvez um dia se chege a esse preço, mas isso não têm importância agora.

4. Wrong target group

"Children in the 6-12 age group don't need PC access in the way older children and young people do and therefore no such market exists today."

Hã? De onde ele tirou essa idéia? Não é o que o Laboratório de Estudos Cognitivos da Ufrgs e muitas outras entidades descobrem...

5. MIT and OLPC are unethical

"Every year in the west we destroy tens of millions of PCs which are far better than OLPC and which would cost not much more than a tenth of OLPC to put to use in developing countries. This is established technology which can run the latest software and get the recipients up to western levels of IT technology without delays. In the present circumstances this is a far better alternative."

É falta de experiência achar que equipamentos velhos e fora de uso possam ser usados num projeto de tal envergadura. Quasi-sucatas digitais têm papel na educação, mas como laboratórios para ensinar manutenção de microinformática, não para prover 60 milhões de estudantes.

  • Depois de cinco anos de uso, a vida útil de um equipamento usado é incerta. Podem (e vão) quebrar a qualquer momento.
  • Há uma enorme dificuldade logística para administrar milhões de equipamentos diferentes.
  • O custo em energia elétrica seria astronômico, como mostram as planilhas do link acima. Sem falar em manutenção. É como carro usado: o custo é sempre maior que de um carro novo.
  • Equipamentos velhos (digamos, de cinco anos atrás) são apenas levemente mais poderosos que o laptop XO, que é equivalente a micros desktop de 1999-2000.
Finalmente,

6. "For western organisations such as MIT, OLPC and their sub-contractors to benefit by transferring expensive and risky technology to the world's poorest countries, without any documented need for it, looks like exploitation to those of us who are really committed to global aid work."

Sem documentação de necessidade? Essa entidade necessita ler as dezenas de teses e dissertações do LEC (http://www.lec.ufrgs.br) e de outras organizações que estudam o aprendizado.

Não sei se o OLPC é bom para Burkina-Fasso ou Serra Leoa, mas me parece bom para o Brasil.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

VirtualDub: como gravar grandes arquivos da TV sem erros

Para gravar a programação da TV pelo computador, eu uso o VirtualDub com o codec ffdshow/Xvid (do pacote de codecs K-Lite Codec Pack). Depois de muito testar, descobri que esta dupla é a que melhor rende em termos de qualidade de gravação e uso de processador. Mais eficiente que isto, só o codec Xvid sozinho (50% do processamento, contra 66% do ffdshow/Xvid), mas ele não tem filtros importantes ( desentrelaçamento, especificamente) como o ffdshow. Qualquer outro codec ocupa 100% ou mais, mesmo os mais modernos da Microsoft. Xvid é melhor até que o DivX.

Esta configuração me permite gravar imagens 640x480 pixels, 29,97 quadros por segundo. A 4000 kbps de fluxo, a qualidade é próxima a do DVD, e o tamanho do arquivo, idem (o perfil é Home Theatre, pelas especificações do MPEG4).

Mas, gravando direto do VirtualDub, me acontecia um erro de gravação pelos 53 minutos, não importasse o tamanho do arquivo. O arquivo gerado ficava defeituoso e inutilizado. Agora, descobri a solução: primeiro eu defino o arquivo para gravação, e depois reservo espaço em disco (pelo menu File). Gosto de reservar 4,2 gigabytes, o que dá umas 2 horas de vídeo. Se a gravação crescer mais que isto, não tem problema, o arquivo aumenta sozinho, mas não acentecem mais os erros aos 53 minutos do segundo tempo.

Minha placa de captura é uma baratinha PixelView PlayTV Pro com o chip BT878.

O áudio eu não comprimo, para não sobrecarregar o processador, facilitar a edição e manter qualidade do material. Gravo com 44 kHz, 16 bits de amostragem, estéreo.

Para enviar ao Youtube, renderizo com o próprio VirtualDub, diminuindo o tamanho para 320x240, som mp3 @ 22 kHz mono e uns 1000 kbps, conforme eles recomendam.

Conteúdo na Web irá desaparecer em pouco tempo.

É só o que posso concluir, vendo a evolução das duas maiores pragas atuais da Web, no meu entender: o texto cinza e as letras pequenas, como n' O Globo. Com letras cada vez menos contraste e tamanho (enquanto os monitores aumentem de resolução), as páginas terminarão com texto corpo zero, letras brancas em fundo branco.

Os maiores argumentos dos "dizaigmers", conforme verifiquei numa lista da área, são estes:

1. "O texto preto em fundo claro causa fadiga visual".

Bom, só que é a LUZ emitida que causa fadiga, não o texto preto. Em vez de deixarem o fundo mais escuro (digamos, #eeeeee), os dizaigmers resolvem piorar a situação AUMENTANDO a quantidade de luz, diminuindo o contraste e prejudicando a leitura. Além do mais, as letras pretas cercadas de áreas brancas são contaminadas pela luz e já são vistas como acinzentadas. O antialising também reforça essa percepção.

Então, que fique registrado: o que torna o universo possível é a diferença, o contraste entre as coisas. A diferença é a base do nível semântico de qualquer linguagem, principalmente da linguagem visual, como Bauhaus e a Gestalt já demonstraram há quase cem anos. Diminuir contraste é simplesmente diminuir a eficácia da mensagem.

2. "Cada usuário pode aumentar a fonte".

Acontece que é um saco usar as duas mãos para aumentar o texto (CTRL+"+" ou CTRL+rolinho do mouse), fora o fato de que muitas páginas ficam ruins quando se aumenta a fonte, e quando se passa para páginas corretas, as letras ficam muito grandes e a gente tem que voltar a mexer no tamanho, diminuindo-o. Desligar a CSS no Firefox ou Opera resolve mas cria outro problema: sem formatação, o texto fica de bom tamanho e bom contraste, mas as linhas muito longas prejudicam a leitura (a gente tem dificuldade de achar o início da linha seguinte).

3. "Todo mundo está usando texto cinza: Apple, Intel etc".

Sem comentários. Só lembro a história das moscas...

--
nome: "José Antonio Meira da Rocha"  tratamento: "Prof. MS."
atividade: "Ensino e pesquisa em mídias digitais"
googletalk: email: MSN: joseantoniorocha@gmail.com
site: http://meiradarocha.jor.br ICQ: 658222 Skype: "meiradarocha_jor"

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Alô, mamãe, estou no laptop XO!

Finalmente faço parte do seleto grupo que tira fotos com sua cara no laptop das crianças.

Assisti à palestra de Juliano Bittencourt e farei o workshop do Laboratório de Estudos Cognitivos da Ufrgs , que está cuidando dos testes do projeto Um Computador Por Aluno (UCA) no Rio Gande do Sul.

E o XO vai para...

A escola gaúcha que receberá 400 laptops na fase de testes é de Porto Alegre, e será uma escola pequena. Todos os alunos e professores ganharão seu laptop. Não foi divulgado ainda o nome do estabelecimento, mas é alguma escola com a qual a Psicologia da Ufrgs já trabalha.

(Não invejem: a máquina é o primeiro beta e tem muita coisa ainda a arrumar. As de produção serão bem melhores, emborrachadas, tudo funcionando justinho).

Minhas impressões sobre a maquininha: é muito legal!
  • Tem o desempenho levemente inferior ao do AMD K6-2 500MHz/196MB que usei de 2000 a 2005 (e que minha mulher ainda usa em 2007).
  • A resolução de vídeo é assombrosa, apesar da tela pequena para um adulto. O display é mais rígido que telas LCD comuns, e apresenta uma "textura" muito pequena tipo brim, enviezada, em vez dos quadradinhos normais do LCD. O antialiasing é perfeito. Não é possível se distinguir qualquer pixel a olho nú. O chip responsável pelo display apresenta elementos pretos na tela de 1200x900 e os elementos coloridos, na tela de resolução mais baixa. Há boatos que a resolução colorida seria de 1024x768 pixels. Mas, mesmo se for de 640x480, não dá pra notar pixelização.
  • O teclado de silicone é bem suave, mais molinho que do meu antigo TK-85. Mas, para ser macio, as áreas em volta das teclas precisam ser muito finas. Achei o ponto mais fraco do aparelho, em termos de resistência ao uso. Se for fácil trocar, não há problema.
  • A placa de rede WiFi troca dados a 1,4 km de distância -- segundo testes na Austrália -- e vai custar 10 dólares. Compare com o WiFi D-link DWL-G132, que comprei por 150 reais e alcança só até 100 metros.
  • A câmera é melhor do que qualquer webcam que eu já tenha visto. Tive a sensação que o delay -- o tempo em que uma imagem leva entre ser captada e aparecer na tela -- é metade do delay de minha webcam LG LIC-200.
  • O aparelho é um pouco pesado na parte de cima, quando usado como leitor de livro (ou como console de videogames, que ninguém é de ferro). Mas dá pra levar ao banheiro.
  • Curiosidade: os laptops Btest-1 têm 256 megabytes de memória em vez dos 128 MB (para que o desenvolvedores tenham espaço para trabalhar e fazer otimizações, diminuindo o tamanho dos programas básicos do Linux); Haverá mais três séries de máquinas beta-teste até o meio do ano.
  • Papo de micreiro (pule este parágrafo): Se os micros dos anos 70 e 80 tinham um interpretador de linguagem Basic embutido, o laptop XO tem a linguagem Forth, muito mais poderosa que Basic. É uma linguagem maluca que trabalha com notação polonesa invertida, como as calculadoras HP-12C, e parece filha de assembly com Logo. Forth aparece rapidamente no cenário quando se liga o XO. É a camada de software chamada OpenFirmware, usada como carregador do Linux -- o bootloader. Mas se a gente interromper o boot (teclando algo), tem em mãos a mais poderosa linguagem de hacking jamais inventada nesta parte da galáxia.
Opinião: tanto o LEC da Ufrgs quanto o LSI da Poli/SP são OLPC biased, têm ligações históricas e filosóficas com o MIT, Papert, Kay. Isto se junta ao fato de que o hardware e recursos do XO são superiores aos demais, e que seu custo é menor. Acredito que o XO será escolhido para o projeto Um Computador por Aluno, e se transformará no cavalo de batalha do ensino brasileiro. Não que não se usem outros sistemas, mas a proposição do OLPC é a mais completa e mais adequada aos tempos de portabilidade que virão.

Do ensino para todo o cidadão latino-americano, é um pulo.

sábado, 13 de janeiro de 2007

Design para tela pequenas

Nestes tempos de computação móvel, saber desenhar informação para telas pequenas é uma obrigação do info-arquiteto ou webdesigner. Uma boa pedida é este livro: Designing for Small Screens, de Carola Zwick, Burkhard Schmitz, Kerstin Kühl.

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quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Abri este blog hoje

O objetivo é ter um lugar onde publicar material sobre democracia digital.