O mundo dá muitas voltas e volta ao mesmo lugar. Os antigos Macintosh com PowerPC (como os Powerbook) tinham um recurso que remete aos primeiros tempos da microinformática: um interpretador embutido.
No boot, mantendo-se pressionadas as teclas CMD-ALT-O-F, entra-se no OpenFirmware, um interpretador de linguagem Forth. Detalhes em http://www.feedface.com/howto/forth.html. Não sei se os novos MacIntel fazem isto.
Forth é uma linguagem de alto nível, poderosíssima, ideal para hackers. Tipo o Basic de antigamente, só que muuuuitas vezes melhor. Trabalha com qualquer base numérica (de 2 a 72), tem matemática tipo HP-12C. Deu origem ao PostScript, por exemplo.
Agora, o mesmo esquema do Mac está sendo usado no laptop XO do projeto OLPC. Neste, o OpenFirmware substituiu o BIOS e o bootloader Linux. Interrompendo-se o boot, entra-se no interpreetador Forth e pode-se até mesmo desenhar pixels coloridos no frame-buffer da maquininha (memória de vídeo).
Com tempo, disposição e sem namorada, um guri pode fazer um sistema operacional gráfico a partir do nada.
(Mas tô delirando... Quando é que um guri vai poder fazer um sistema operacional from the grassroots ? :)
Notícias e reportagens sobre os projetos Um Computador por Aluno (UCA), One Laptop Per Child (OLPC) e outras iniciativas de inclusão digital e democracia cibernética.
O que sai na mídia sobre aprendizado digital
domingo, 25 de novembro de 2007
Wall ST. journal on the OLPC
O Wall Street journal tem matéria grande sobre OLPC num tom de "o projeto está falhando".
http://online.wsj.com/article/SB119586754115002717.html?mod=home_we_banner_left
A abordagem é a mesma que inunda a mídia: tratam o OLPC como se fosse uma marca de laptops, não um projeto educacional.
Além do que já se conhece (supostos "concorrentes" ao XO, como o Classmate, Eee), algumas informações novas como o stress entre a OLPC e os fornecedores. "Todos estão com pavio curto", teria dito Negroponte.
Não sei se foi delírio do OLPC, ou se a organização tem consciência disso. Mas eu nunca vi um projeto de TI respeitar cronograma. Atrasos num projeto tão grande assim, que nunca foi tentado antes, acho normal e esperado.
Primeiro, a concepção do sistema é muito complexa. Portanto, sujeita muitos bugs, como o maldito bug do dormir/acordar. A indústria nunca deu bola pra isso porque não interessava. O Windows, por exemplo, não consegue acordar de uma em cada 20 hibernadas. Freqüentemente dongles wi-fi não são reconhecidos quando o laptop acorda, obrigando a gente a tirar e inserir de novo o dispositivo sem fio. Já o XO precisa dormir e acordar um milhão de vezes sem defeitos. Isso não é coisa que se resolva de um dia para outro.
Depois, uma iniciativa desta envergadura vai mexer com estruturas sedimentadas há anos, milhões de cabeças que precisam mudar sua visão tradicional de ver educação. Para isso, são necessários testes, vários pilotos, avaliações, etc. Exatamente como os governos argentino, uruguaio e brasileiro estão fazendo. Essas coisas demandam tempo.
Fora isso, a Intel continua tentando sabotar o projeto, agora dentro da trincheira. Sem projeto pedagógico consistente, sem possibilidades de inclusão familiar (por que não tem rede mesh como XO ou Mobilis), a Chuck Norris dos processadores continua vendendo laptops para educação como se educação precisasse só de laptops.
Mas a imprensa só olha o lado industrial do projeto, porque escolas e governos não são anunciantes e não têm ações na bolsa.
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A abordagem é a mesma que inunda a mídia: tratam o OLPC como se fosse uma marca de laptops, não um projeto educacional.
Além do que já se conhece (supostos "concorrentes" ao XO, como o Classmate, Eee), algumas informações novas como o stress entre a OLPC e os fornecedores. "Todos estão com pavio curto", teria dito Negroponte.
Não sei se foi delírio do OLPC, ou se a organização tem consciência disso. Mas eu nunca vi um projeto de TI respeitar cronograma. Atrasos num projeto tão grande assim, que nunca foi tentado antes, acho normal e esperado.
Primeiro, a concepção do sistema é muito complexa. Portanto, sujeita muitos bugs, como o maldito bug do dormir/acordar. A indústria nunca deu bola pra isso porque não interessava. O Windows, por exemplo, não consegue acordar de uma em cada 20 hibernadas. Freqüentemente dongles wi-fi não são reconhecidos quando o laptop acorda, obrigando a gente a tirar e inserir de novo o dispositivo sem fio. Já o XO precisa dormir e acordar um milhão de vezes sem defeitos. Isso não é coisa que se resolva de um dia para outro.
Depois, uma iniciativa desta envergadura vai mexer com estruturas sedimentadas há anos, milhões de cabeças que precisam mudar sua visão tradicional de ver educação. Para isso, são necessários testes, vários pilotos, avaliações, etc. Exatamente como os governos argentino, uruguaio e brasileiro estão fazendo. Essas coisas demandam tempo.
Fora isso, a Intel continua tentando sabotar o projeto, agora dentro da trincheira. Sem projeto pedagógico consistente, sem possibilidades de inclusão familiar (por que não tem rede mesh como XO ou Mobilis), a Chuck Norris dos processadores continua vendendo laptops para educação como se educação precisasse só de laptops.
Mas a imprensa só olha o lado industrial do projeto, porque escolas e governos não são anunciantes e não têm ações na bolsa.
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
Projeto UCA em apresentaçao online
Projeto UCA - Um Computador por Aluno
From: marinhos, 7 months ago
Palestra proferida pelo Prof. Simão Pedro P. Marinho, do Programa de Pós-graduação em Educação da PUC Minas, para alunos do curso de Pedagogia, noite
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